segunda-feira, 29 de maio de 2023

CLASSE TERAPÊUTICA DOS MEDICAMENTOS

Os medicamentos são agrupados em diferentes classes terapêuticas com base em seus mecanismos de ação e usos clínicos específicos. Cada classe terapêutica possui características únicas que determinam sua eficácia no tratamento de determinadas condições médicas. Abaixo, destacam-se algumas das classes terapêuticas mais comuns:Analgésicos e Antipiréticos: Essa classe terapêutica inclui medicamentos utilizados para aliviar a dor (analgésicos) e reduzir a febre (antipiréticos). Exemplos populares são o paracetamol e a aspirina.

Anti-inflamatórios: Os medicamentos anti-inflamatórios têm como objetivo reduzir a inflamação e aliviar a dor associada a condições inflamatórias, como artrite. Exemplos comuns incluem o ibuprofeno e o diclofenaco.

Antimicrobianos: Essa classe terapêutica engloba medicamentos utilizados para combater infecções causadas por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Antibióticos como a penicilina e a amoxicilina tratam infecções bacterianas, enquanto antivirais como o aciclovir são usados contra infecções virais.

Antidepressivos: Os antidepressivos são prescritos para tratar a depressão e outros distúrbios do humor. Existem várias classes de antidepressivos, incluindo os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e os inibidores da recaptação de noradrenalina e serotonina (IRSN).

Antipsicóticos: Essa classe de medicamentos é usada no tratamento de distúrbios psicóticos, como a esquizofrenia. Exemplos de antipsicóticos incluem a risperidona e a olanzapina.

Anticonvulsivantes: Os anticonvulsivantes são usados para controlar convulsões e são frequentemente prescritos para o tratamento da epilepsia. Medicamentos como a carbamazepina e o ácido valproico estão incluídos nessa classe terapêutica.

Diuréticos: Os diuréticos são medicamentos que aumentam a produção de urina e promovem a eliminação de líquidos do organismo. São amplamente utilizados no tratamento de condições como hipertensão e edema. Exemplos comuns incluem a furosemida e a hidroclorotiazida.

Anti-hipertensivos: Essa classe terapêutica engloba medicamentos utilizados para reduzir a pressão arterial elevada. Inclui os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e os bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA), entre outros.

Anticoagulantes: Os anticoagulantes são prescritos para prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Medicamentos como a varfarina e a heparina são utilizados nessa classe terapêutica para tratar e prevenir condições tromboembólicas.

Antineoplásicos: Os antineoplásicos são utilizados no tratamento do câncer. Essa classe terapêutica inclui uma variedade de medicamentos, como a ciclofosfamida e o paclitaxel, que atuam inibindo o crescimento e a disseminação de células cancerígenas.

É importante ressaltar que essas são apenas algumas das muitas classes terapêuticas de medicamentos disponíveis. Cada classe terapêutica tem fármacos específicos com indicações, contraindicações e efeitos colaterais particulares. O uso de medicamentos deve ser sempre orientado e supervisionado por um profissional de saúde qualificado, levando em consideração as características individuais de cada paciente.

MECANISMO DE AÇÃO

Vou explicar brevemente alguns dos mecanismos de ação das classes terapêuticas mencionadas:

Analgésicos e Antipiréticos: O paracetamol atua principalmente no sistema nervoso central, inibindo a síntese de prostaglandinas, substâncias envolvidas na sensação de dor e febre. A aspirina, por sua vez, inibe a ação da enzima ciclooxigenase, reduzindo a produção de prostaglandinas e, assim, aliviando a dor e a febre.

Anti-inflamatórios: Medicamentos como o ibuprofeno e o diclofenaco também inibem a ação da enzima ciclooxigenase, reduzindo a produção de prostaglandinas inflamatórias. Isso resulta em uma diminuição da inflamação e da dor associadas a condições como artrite.

Antimicrobianos: Os antimicrobianos possuem diferentes mecanismos de ação, dependendo do tipo de agente infeccioso que estão combatendo. Por exemplo, os antibióticos interferem na síntese de parede celular bacteriana ou nas etapas do metabolismo bacteriano, enfraquecendo e matando as bactérias. Já os antivirais podem atuar inibindo a replicação viral ou bloqueando a entrada do vírus nas células hospedeiras.

Antidepressivos: Os antidepressivos têm diversos mecanismos de ação, mas muitos deles atuam aumentando os níveis de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina, no cérebro. Essa ação melhora a comunicação entre as células nervosas e ajuda a regular o humor e as emoções.

Antipsicóticos: Os antipsicóticos bloqueiam os receptores de dopamina no cérebro, reduzindo a atividade excessiva desse neurotransmissor, que está associada a sintomas psicóticos, como alucinações e delírios. Além disso, eles também podem afetar outros receptores, como os receptores de serotonina.

Anticonvulsivantes: Os anticonvulsivantes atuam estabilizando a atividade elétrica anormal no cérebro, reduzindo a excitabilidade neuronal e prevenindo a propagação de sinais elétricos excessivos que levam a convulsões. Os mecanismos de ação específicos variam entre os diferentes medicamentos anticonvulsivantes.

Esses são apenas alguns exemplos dos mecanismos de ação das classes terapêuticas mencionadas. É importante ressaltar que cada classe e cada medicamento podem ter mecanismos de ação específicos e mais complexos, e essa é apenas uma visão geral. Para obter informações mais detalhadas sobre um medicamento específico, é recomendado consultar as informações fornecidas na bula ou buscar orientação médica ou farmacêutica.

MEDICAMENTO CUJA CLASSE SÃO DEFINIDAS PELO MODO DE AÇÃO CELULAR COMUM

Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Essa classe de medicamentos atua inibindo a enzima conversora de angiotensina, responsável pela conversão da angiotensina I em angiotensina II, uma substância que causa constrição dos vasos sanguíneos. Ao bloquear essa enzima, os IECA promovem a dilatação dos vasos sanguíneos, reduzindo a pressão arterial. Exemplos de IECA incluem o enalapril e o lisinopril.

Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina (BRA): Essa classe de medicamentos atua bloqueando os receptores de angiotensina II, impedindo sua ação vasoconstritora. Isso resulta em vasodilatação e redução da pressão arterial. Os BRA são frequentemente prescritos para o tratamento da hipertensão. Exemplos comuns incluem o losartan e o valsartan.

Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS): Os ISRS são uma classe de antidepressivos que atuam inibindo seletivamente a recaptação do neurotransmissor serotonina nos neurônios. Ao aumentar a disponibilidade de serotonina no cérebro, esses medicamentos ajudam a regular o humor e aliviar os sintomas da depressão. Exemplos de ISRS incluem a fluoxetina, a sertralina e a escitalopram.

Estatinas: As estatinas são medicamentos usados para reduzir os níveis de colesterol no sangue. Elas atuam inibindo a enzima HMG-CoA redutase, que desempenha um papel crucial na produção de colesterol pelo fígado. Ao reduzir a produção de colesterol, as estatinas ajudam a diminuir os níveis de colesterol total e o colesterol LDL ("mau colesterol"). Exemplos de estatinas incluem a atorvastatina e a rosuvastatina.

Antagonistas dos Receptores H2 da Histamina: Essa classe de medicamentos atua bloqueando os receptores H2 da histamina, que estão presentes nas células que revestem o estômago. Ao bloquear esses receptores, os antagonistas H2 reduzem a produção de ácido clorídrico no estômago, sendo utilizados no tratamento de úlceras pépticas e doenças relacionadas à hiperacidez gástrica. Exemplos comuns são a ranitidina e a famotidina.

Esses são apenas alguns exemplos de classes de medicamentos definidas pelo modo de ação celular comum. Cada classe terapêutica possui vários medicamentos específicos com diferentes características e indicações clínicas. É importante consultar um profissional de saúde para obter informações detalhadas sobre qualquer medicamento específico e seu mecanismo de ação.


CANDIDO. V.S


sábado, 27 de maio de 2023

FLUOXETINA

A fluoxetina é um medicamento antidepressivo que pertence à classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Ela é amplamente prescrita para tratar diversos distúrbios psiquiátricos, como a depressão, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo - compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). A ação baseia-se no aumento dos níveis de serotonina, um neurotransmissor no cérebro que está envolvido na regulação do humor, sono, apetite e outros processos fisiológicos. Essa medicação age inibindo seletivamente a recaptação da serotonina nos neurônios, aumentando assim a disponibilidade desse neurotransmissor na sinapse e prolongando sua ação.

No tratamento da depressão, ajuda a aliviar os sintomas característicos da doença, como tristeza persistente, falta de energia, perda de interesse nas atividades cotidianas e alterações no sono e apetite. Ela também é eficaz no tratamento de outros transtornos, como o TOC, reduzindo a intensidade e frequência das obsessões e compulsões, e no tratamento do TEPT, ajudando a controlar os sintomas relacionados a experiências traumáticas. É normalmente administrada na forma de comprimidos orais e sua dosagem varia de acordo com o distúrbio em tratamento. Geralmente, o médico prescreve uma dose inicial baixa, que é gradualmente aumentada ao longo do tempo até que a resposta terapêutica desejada seja alcançada. Os efeitos terapêuticos podem levar algumas semanas para se manifestar, portanto, é importante ter paciência e seguir as orientações médicas quanto à dose e à duração do tratamento.

Como qualquer medicamento, pode causar efeitos colaterais em algumas pessoas. Geralmente, esses efeitos colaterais são leves e desaparecem com o tempo ou com a redução da dose. É importante comunicar ao médico qualquer efeito colateral persistente ou grave.

É fundamental informar o médico sobre quaisquer outros medicamentos, suplementos ou substâncias que esteja usando antes de iniciar o tratamento com fluoxetina, pois podem ocorrer interações medicamentosas que podem afetar sua eficácia ou aumentar o risco de efeitos colaterais.

No caso de interrupção do tratamento, é recomendável fazê-lo gradualmente, sob orientação médica, para evitar a ocorrência de sintomas de descontinuação, como tontura, irritabilidade, ansiedade e alterações de humor.

É importante salientar que deve-se ser  utilizada sob supervisão médica adequada. O médico avaliará sua condição de saúde geral, histórico médico e outros fatores para determinar se é apropriada.

BENEFICIOS ASSOCIADOS AO USO DA FLUOXETINA 

Tratamento da depressão: É eficaz no tratamento da depressão, ajudando a aliviar os sintomas de tristeza, desânimo, falta de interesse nas atividades diárias e alterações do sono e apetite. Ela melhora o humor e restaura o equilíbrio emocional.

Redução dos sintomas de ansiedade: É usada para tratar transtornos de ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico e fobias. Ela ajuda a diminuir a intensidade e frequência dos ataques de ansiedade, reduzindo a sensação de preocupação e medo excessivos.

Controle do transtorno obsessivo - compulsivo (TOC): Um tratamento de primeira linha para o TOC. Ela reduz os pensamentos obsessivos indesejados e os comportamentos compulsivos repetitivos, permitindo que o indivíduo tenha um maior controle sobre suas ações e pensamentos.

Alívio dos sintomas do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): É eficaz na redução dos sintomas relacionados a traumas passados, como flashbacks, pesadelos e ansiedade extrema. Ela ajuda a estabilizar as emoções e promove a recuperação psicológica.

Melhoria dos sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM): É utilizada para tratar os sintomas emocionais e físicos do TDPM, como irritabilidade, depressão, ansiedade, inchaço e sensibilidade mamária. Ela ajuda a regularizar o humor e reduzir a gravidade dos sintomas pré-menstruais.

Auxílio no tratamento de distúrbios alimentares: Pode ser usada como parte do tratamento de bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar periódica. Ela ajuda a reduzir os episódios de compulsão e os comportamentos alimentares desordenados.

Além desses benefícios específicos, pode melhorar a qualidade de vida geral, aumentar a energia, promover o sono adequado e melhorar a capacidade de concentração e funcionamento cognitivo.

No entanto, é importante lembrar que os benefícios da fluoxetina variam de pessoa para pessoa, e cada caso deve ser avaliado individualmente por um médico. O tratamento com fluoxetina deve ser supervisionado e ajustado pelo profissional de saúde, e é essencial seguir as orientações médicas e relatar quaisquer efeitos colaterais ou preocupações durante o tratamento.

EFEITOS ADVERSOS  

Assim como outros medicamentos, a fluoxetina pode apresentar efeitos colaterais em algumas pessoas. Nem todos os indivíduos experimentarão esses efeitos, e sua gravidade pode variar de leve a moderada. É importante estar ciente dos possíveis efeitos colaterais ao iniciar o tratamento com fluoxetina. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem:

Náuseas: A náusea é um efeito colateral comum da fluoxetina, especialmente no início do tratamento. Geralmente, diminui à medida que o corpo se adapta à medicação.

Insônia ou sonolência: Algumas pessoas podem experimentar dificuldades para dormir (insônia) ou sonolência excessiva durante o dia. Esses efeitos podem ocorrer no início do tratamento e geralmente melhoram com o tempo.

Agitação e nervosismo: Pode causar agitação, inquietação e nervosismo em algumas pessoas. Se esses sintomas persistirem ou forem graves, é importante informar o médico.

Perda de apetite: Pode diminuir o apetite em algumas pessoas, o que pode levar à perda de peso. É importante monitorar o peso e informar ao médico qualquer perda significativa.

Alterações no peso corporal: Pode causar alterações no peso corporal, levando a ganho ou perda de peso. Essas alterações podem variar de pessoa para pessoa.

Disfunção sexual: Alguns indivíduos podem experimentar disfunção sexual, como diminuição do desejo sexual, dificuldade de ereção ou dificuldade de alcançar o orgasmo. É importante discutir esses efeitos colaterais com o médico, pois existem estratégias de gerenciamento disponíveis.

Outros efeitos colaterais menos comuns incluem tontura, dor de cabeça, boca seca, sudorese excessiva, tremores, visão turva e alterações no paladar.

É fundamental comunicar ao médico qualquer efeito colateral que você esteja enfrentando durante o tratamento com fluoxetina. O médico pode ajustar a dose, trocar para um medicamento diferente ou fornecer outras orientações para minimizar os efeitos colaterais. Em alguns casos, os efeitos colaterais podem desaparecer à medida que o corpo se adapta à medicação.

É importante lembrar que cada pessoa pode reagir de maneira diferente à fluoxetina, e nem todos os efeitos colaterais mencionados acima serão experimentados por todos. É fundamental discutir quaisquer preocupações ou sintomas incomuns com o médico responsável pelo tratamento.


CANDIDO, V.S

sexta-feira, 26 de maio de 2023

BETABLOQUEADORES

Os betabloqueadores são medicamentos amplamente utilizados no campo da medicina para o tratamento de diversas condições cardiovasculares e outros distúrbios. Eles pertencem a uma classe de fármacos chamados antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos, que atuam bloqueando seletivamente os receptores beta presentes em diferentes tecidos do corpo.

Existem dois tipos principais de receptores beta: os receptores beta-1, que estão predominantemente localizados no coração, e os receptores beta-2, que estão presentes em órgãos como os pulmões, os vasos sanguíneos e o músculo esquelético. Os betabloqueadores podem ter seletividade pelos receptores beta-1 (betabloqueadores seletivos) ou afetar tanto os receptores beta-1 quanto os receptores beta-2 (betabloqueadores não seletivos).

No coração, os receptores beta-1 estão envolvidos na regulação da frequência cardíaca e da contratilidade (força de contração do músculo cardíaco). Quando ativados pelos hormônios adrenalina e noradrenalina, esses receptores promovem o aumento da frequência cardíaca, o aumento da força de contração e o aumento do débito cardíaco (volume de sangue bombeado pelo coração). Os betabloqueadores bloqueiam esses receptores, reduzindo a frequência cardíaca, a força de contração e o débito cardíaco, o que resulta em uma diminuição da demanda de oxigênio pelo coração.

Esses medicamentos são utilizados em uma variedade de condições cardiovasculares, incluindo:

Hipertensão arterial: Os betabloqueadores reduzem a frequência cardíaca e a resistência vascular periférica, ajudando a diminuir a pressão arterial.

Angina de peito: Através da redução da demanda de oxigênio pelo coração, os betabloqueadores aliviam os sintomas de dor no peito causados pela angina e podem prevenir a ocorrência de crises anginosas.

Arritmias cardíacas: Os betabloqueadores ajudam a controlar arritmias cardíacas, como taquicardia (ritmo cardíaco acelerado) e fibrilação atrial, reduzindo a atividade elétrica anormal do coração.

Insuficiência cardíaca: Esses medicamentos melhoram a função cardíaca, reduzindo a carga de trabalho do coração e diminuindo a progressão da insuficiência cardíaca.

Além das indicações cardiovasculares, os betabloqueadores também são utilizados em outras condições, como tremor essencial, enxaqueca, ansiedade, hipertiroidismo, glaucoma e feocromocitoma.

É importante ressaltar que os betabloqueadores devem ser prescritos e ajustados pelo médico, levando em consideração fatores como a condição médica do paciente, outras medicações em uso e possíveis contraindicações. A interrupção abrupta desses medicamentos pode levar a efeitos indesejáveis, como taquicardia de rebote (aumento abrupto da frequência cardíaca).

Os betabloqueadores também podem ter efeitos colaterais, embora nem todas as pessoas os experimentem. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem fadiga, tontura, distúrbios do sono, depressão, ganho de peso e disfunção sexual. É importante comunicar ao médico qualquer efeito colateral persistente ou preocupante.

Em resumo, os betabloqueadores desempenham um papel crucial no tratamento de condições cardiovasculares e outras doenças, ajudando a controlar a frequência cardíaca, a pressão arterial e a função cardíaca. No entanto, o uso desses medicamentos deve ser sempre supervisionado e orientado por um profissional de saúde.


CANDIDO. V.S

terça-feira, 23 de maio de 2023

ACETILASE


A enzima Acetilase é uma proteína que catalisa a reação de acetilação de histonas, ou seja, a adição de um grupo acetil (CH3-CO) em um resíduo de lisina na extremidade N-terminal das histonas. As histonas são proteínas que se associam ao DNA e formam a cromatina, a estrutura que organiza e compacta o material genético no núcleo das células. A acetilação de histonas é um processo importante para regular a expressão gênica, pois altera a interação entre as histonas e o DNA, bem como entre as próprias histonas.

Quando as histonas são acetiladas, elas perdem a carga positiva que normalmente atrai o DNA negativo, e assim a cromatina se torna mais relaxada e acessível aos fatores de transcrição que ativam ou reprimem os genes. Além disso, as histonas acetiladas podem ser reconhecidas por outras proteínas que possuem domínios chamados bromodomínios, que se ligam à lisina acetilada e recrutam ou estabilizam complexos cromatínicos envolvidos na regulação gênica

Existem diferentes tipos de enzimas acetilases, que pertencem a famílias distintas e atuam em diferentes contextos celulares. As histona acetiltransferases (HATs) são enzimas que acetilam as histonas no núcleo e estão relacionadas com a ativação da transcrição. As HATs podem ser divididas em três classes: Gcn5, p300/CBP e TAFII250. As HATs também podem acetilar outras proteínas não-histônicas, como fatores de transcrição e receptores nucleares. As HATs do tipo B são enzimas que acetilam as histonas no citoplasma e estão relacionadas com o transporte e a funcionalidade das histonas no núcleo.

As histonas deacetilases (HDACs) são enzimas que removem o grupo acetil das histonas, revertendo o processo de acetilação e levando à condensação da cromatina e à repressão da transcrição. As HDACs podem ser divididas em quatro classes: I, IIa, IIb e IV. As HDACs da classe I são semelhantes à enzima RPD3 de leveduras e são expressas em vários tecidos. As HDACs da classe IIa e IIb são semelhantes à enzima HDA1 de leveduras e possuem um ou dois domínios desacetilases, respectivamente. As HDACs da classe II também apresentam padrões específicos de expressão tecidual. A HDAC da classe IV é parecida com as da classe I, mas também possui características das da classe II. As sirtuínas são um grupo diferente de HDACs, que utilizam o cofator NAD+ para desacetilar as histonas.

A acetilação de histonas é um mecanismo epigenético, ou seja, uma forma de modificar a expressão gênica sem alterar a sequência do DNA. A acetilação de histonas pode ser influenciada por fatores ambientais, como dieta, estresse e exposição a agentes químicos. A acetilação de histonas também está envolvida em processos biológicos como o ciclo celular, o reparo do DNA, a diferenciação celular e o desenvolvimento embrionário. A desregulação da acetilação de histonas pode levar a doenças como o câncer, a neurodegeneração, a inflamação e o envelhecimento.

CANDIDO. V. S

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