quinta-feira, 12 de março de 2020

PARASITOLOGIA HUMANA (01)


O estudo de hoje falaremos um pouco sobre os parasitas, um assunto bem interessante, não acham?
Dividiremos o estudo em partes. Esse será o 01

Apesar de estarmos no século XXI, ainda hoje temos uma grande quantidade de casos de doença causada por parasitas. Por esse motivo iramos discutir de modo geral os aspectos de algumas doenças parasitarias. Espero que gostem!

A vida é uma cadeia ativa e dinâmica entre todas as espécies buscando a permanência e a manutenção de cada uma delas. Para entendermos isso devemos ficar longe da ideia de sermos espécie mais evoluída, superiores ou centro do universo.  É na relação entre todas as espécies e o conjunto do meio ambiente que precisamos nos inserir, para podermos pensar, discutir e evoluir no conhecimento da parasitologia.

A coabitação das espécies no planeta é por duas leis básicas regem a vida na natureza: interdependência das espécies e reciclagem permanente de todos os componentes orgânicos. A independência entre os seres vivos é a dinâmica e busca dois aspectos, obtenção de alimentos e/ou proteção. Assim ao longo de bilhões de anos a evolução dos seres vivos a interdependência promoveu uma interação ou associação dos mais diferentes tipos entre duas ou mais espécies. Esses tipos de associações não e por acaso, acontecem por razões fundamentais, oportunidade evolutivas e garantas de permanências da vida.

Muitas dessas associações nem sempre foram pacificas ao longo da evolução e muitas deram errado, levando a morte uma ou as duas espécies envolvidas. Entretanto outras foram bem sucedidas promovendo modificações adaptativas, não só morfológicas, como fisiológicas e reprodutivas.

Para haver associação entre duas espécies deve ocorre um processo evolutivo. Três condições necessárias
a) pré adaptação;
b) coincidências de fatores ecológicos, fisiológicos e comportamentais das espécies envolvidas;
c) coacomodação, os parceiros devem ser bem sucedidos após o inicio da associação.

FORMAS DE ASSOCIAÇÕES

Toda forma de associação de espécies diferentes é uma simbiose (sim=junto; bio=vida; osis=condição). Esse termo foi criado em 1879 pelo micologista alemão Anton de Bary. Assim, dependendo do grau de vínculo metabólico estabelecido entre os dois organismos, a simbiose pode apresentar formas diversas, tais como:

FARÉSIA: quando, na associação entre dois organismos de espécies diferentes, uma delas busca apenas abrigo e/ou transporte, um exemplo bem comum e a Dermatobia hominis  que veiculação de ovos por mosca ou mosquitos.

Mutualismo: quando os organismos de espécies diferentes que vivem em intima associação, havendo beneficio mútuo. Exemplo: a associação de protozoários e bactérias no rúmen de bovinos, pois, enquanto o ruminante fornece uma serie de fatores alimentares e proteção aos protozoários e bactérias, esses possuem enzimas capazes de digerir a celulose ingerida pelo bovino.

Comensalismo: é a associação entre duas espécies, na qual uma obtém vantagens sem promover prejuízos para a outra (hospedeiro). Exemplo: a Entamoeba coli vivendo no intestino grosso humano.

Parasitismo: é a associação entre seres vivos, na qual existe unilateralidade de benefícios, ou seja hospedeiro é espoliado pelo parasito, fornece nutrientes e abrigo para esse, promovendo danos ao hospedeiro. Exemplo: Entamoeba histolytica no intestino grosso humano.

·         Tipos de adaptação;
·         Adaptações morfológicas.

 OS ASPECTOS DA ADAPTAÇÃO MOFOLOGICA CONSISTEM EM:

Degenerações, perda ou atrofia de órgãos locomotores, aparelho digestivo.

Hipertrofia, encontradas principalmente nos órgãos de fixação, resistência ou proteção. Tendo seus representantes os helmintos, que possuem órgãos de fixação como ventosas, lábios, acúleos, bolsa copuladora.

ADAPTAÇÕES BIOLÓGICAS

·         Capacidade reprodutiva;
·         Tipos diversos de reprodução;
·         Capacidade de resistência à agressão do hospedeiro;
·         Tropismo.

AÇÃO DO PARASITA SOBRE O HOSPEDEIRO

·         Mecânica
·         Espoliativa
·         Traumática
·         Imunogênica
·         Irritativa
·         Inflamatória
·         Enzimática
·         Anóxia

ECOLOGIA PARASITARIA

Podemos perceber a importância da interação entre as condições ambientais, sociais e as doenças parasitaria. O relacionamento das espécies que nos interessam com os outros seres, com o ambiente e com hospedeiro é que vai determinar, em ultima análise, a existência dos parasitos e o consequente parasitismo.

Ecossistema

Os ecossistemas são a consequência dos longos processos de adaptação entre os seres vivos e o meio sendo dotados de autor regulação e capazes de resistir, dentro de certos limites, a modificações ambientais e às bruscas variações de densidade das populações. Para conhecer e entender bem um ecossistema há necessidade de estudar sua anatomia e sua fisiologia. Determinam-se “abióticos” os componentes físicos  e químicos do ecossistema e “bióticos” ou “biotas” os componentes vivos. Assim, em todo ecossistema encontramos os seguintes elementos componentes bióticos:

· Heterotrófico: seres que se utilizam das substâncias orgânicas produzidas pelos seres autotróficos;

· Decompositores: são seres heterotróficos capazes de decompor os elementos autotróficos que morreram, transformando-os em substancias mais simples e reutilizáveis pelos autotróficos;

· Autotróficos: são os seres capazes de fixar energia luminosa e sintetizar alimentos a partir de elementos inorgânicos. Exemplo mais comum são as plantas e algumas bactérias.

Hábitat

É o ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive.

· Nicho ecológico: é a atividade dessa espécie ou população dentro do habitat;

· Ecótopo: é o abrigo físico do animal. Exemplo: triatomíneos (“barbeiro”) que vivem na fresta de casas de taipa ou bairros.

·  Ecótono: é uma região de transição entre ecossistemas ou biomas estabelecidos;

· Biótopo: é o local onde as condições para sobreviver de uma ou varias espécies são uniformes e mantêm-se constantes em diferentes áreas ou regiões;

·  Biocenose: é a associação de vários organismos habitando o mesmo biótopo.

Podemos perceber e explicar por que os parasitas não se distribuem ao acaso na varias regiões do globo, por existirem a especificidade parasitaria e por que, mesmo dentro do hospedeiro existem órgãos de eleição.

TIPOS DE CICLO BIOLÓGICO

Para sabermos sobre ciclo biológico, devemos ter em mente o que é hospedeiros definitivos e intermediários, tendo em vista a variedades de espécies de parasita que fazerem seus ciclos reprodutivos em mais de uma espécie.

· Hospedeiro definitivo: é aquele que abriga o parasita em sua forma adulta ou reprodutiva final.
· Hospedeiro intermediário: usualmente é um molusco ou artrópode no qual se desenvolvem as fases jovens ou assexuadas de um parasito.

Agora podemos apresentar os dois tipos básicos de ciclo biológicos, ciclo monoxênico e heteroxênico.

Ciclo monoxênico: quando o ciclo biológico acontece em apenas uma espécie, da fase primaria de infecção a fase adulta de reprodução;

Ciclo heteroxênico: quando a participação de hospedeiro intermediário, no qual se desenvolve parte do clico. Ou seja, a participação de duas espécies diferente com ciclo de desenvolvimento diferentes. Pode também ser chamado de “ciclo indireto”

E o que é um vetor? Vetor é um artrópodes, molusco ou outro veículo capaz de transmitir o parasita entre dois hospedeiros. Os vetores podem ser divididos em:

Vetor biológico: quando o parasita se reproduz ou se desenvolve no molusco ou no artrópode.

Vetor mecânico: quando o parasito não se reproduz e nem se desenvolve no vetor, pois esse apenas o transporta. Vetor inanimado ou fômite: quando o parasito é transportado por objetos, tais como seringa, espéculo, talher corpo.

Ficamos por aqui!

O estudo continua, entraremos nas regras de nomenclatura e classificação. Homeopatia nas doenças parasitarias.


FONTE: Neves, David Pereira. Parasitologia humana. 13 ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2016

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