O desenvolvimento de técnicas de transplante de
órgãos sólidos e de medula óssea foi um dos mais fascinantes avanços da
medicina no século XX. A virada do século XXI testemunha um desdobramento
também fascinante e promissor desta modalidade terapêutica: o uso de
células-tronco para regenerar tecidos lesados outrora considerados
irreparáveis. Resultados encorajadores de inúmeros estudos com animais de
experimentação impulsionaram grupos de diversos centros no mundo a iniciar
estudos clínicos com transplante de células-tronco em várias doenças,
particularmente as doenças cardiovasculares e neurológicas. Embora ainda
estejamos algo distante de entender o mecanismo preciso pelo qual as
células-tronco regeneram órgãos lesados, os estudos publicados até o presente
momento, incluindo vários estudos envolvendo seres humanos, sugerem haver um
benefício real com esta terapia. O presente artigo pretende abordar os aspectos
relevantes da terapia celular em doenças cardiovasculares, incluindo conceitos
básicos sobre células-tronco, e os principais estudos de animais de
experimentação e clínicos publicados até o presente.
Palavras-chave: Células-tronco; terapia celular;
doenças cardiovasculares.
Introdução
A segunda metade do século XX foi marcada por fantásticos progressos na área
médica, particularmente com relação a novos métodos diagnósticos e novas
modalidades terapêuticas. Dentre os inúmeros avanços terapêuticos
testemunhados, um dos mais notáveis foi o progresso na área de transplante de
órgãos e, em particular, o emprego de células-tronco para a regeneração do
sistema hematopoético. Tendo como base experimentos utilizando modelos
animais, as experiências clínicas iniciais com a restauração da hematopoese
através da infusão de células-tronco hematopoéticas, conduziram ao emprego já
bem estabelecido de transplante de medula óssea no tratamento de várias doenças
hematológicas benignas e malignas bem como para alguns tumores sólidos. O reconhecimento do impacto desta nova modalidade terapêutica culminou com a concessão
do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1990 a Joseph Murray e E Donall
Thomas, pioneiros em transplante de órgãos e células.
Na virada do século XXI, um desdobramento da terapia de transplante de órgãos e
células ganhou uma nova dimensão. Diferentemente dos conceitos existentes até
então (órgãos inteiros sendo substituídos no caso dos transplantes de órgãos,
ou células utilizadas para recompor a medula óssea após mieloablação com altas
doses de quimioterapia, no caso do transplante de medula óssea), a terapia
celular ou terapia regenerativa traz consigo um novo conceito de alterar o
curso de lesões orgânicas. Através do uso de células-tronco provenientes de
diferentes fontes, tem sido possível, pelo menos nos estudos iniciais já
publicados, reverter quadros patológicos que outrora eram considerados
irreversíveis. O presente artigo pretende rever os conceitos básicos desta nova
modalidade terapêutica, bem como fazer uma sinopse dos dados clínicos já
existentes na área de doenças cardiovasculares.
Células-tronco
As células-tronco são células indiferenciadas que têm a capacidade de se
diferenciar em células altamente especializadas, ao mesmo tempo em que
conseguem se manter no estado indiferenciado. O mecanismo pelo qual as
células-tronco conseguem realizar esta dupla função (diferenciação mantendo uma
reserva de células indiferenciadas) ainda não está completamente elucidado,
embora alguns aspectos importantes já sejam conhecidos. Por exemplo, estudos
utilizando tecnologia de análise genética com microchips (microarray) têm
permitido, baseados no padrão de expressão gênica destas células, identificar
algumas características básicas responsáveis pela manutenção do estado
indiferenciado, que incluiriam a capacidade de responder ao hormônio do crescimento
e à trombina, a integração com a matriz extracelular via integrina a6-b1, a
alta resistência ao estresse através do aumento da expressão de enzimas de
reparo de DNA, entre outras. Além disso, várias proteínas de sinalização
extracelular diferentes têm sido identificadas como tendo papel importante na
manutenção do estado indiferenciado das células-tronco, tais como Bmi-1,10
Notch e Wnt,11 Tie2/Angiopoietina-112 e Oct4.13
Células-tronco embrionárias
As células-tronco embrionárias são obtidas da massa celular interna do embrião
e possuem a capacidade de se diferenciar em tipos celulares dos três folhetos
embrionários (endoderma, mesoderma e ectoderma). O que demonstra a sua pluripotencialidade. O isolamento de células-tronco
embrionárias humanas foi reportado pela primeira vez em 1998, e desde então
tem sido observado um crescimento exponencial no número de experimentos com
estas células, envolvendo melhoria nas condições de cultura, manipulação
genética e indução de diferenciação em diferentes tecidos. Apesar de
serem consideradas as mais promissoras das células-tronco em função da sua
pluripotencialidade, o conhecimento atual ainda não permite a produção de
derivados de células-tronco embrionárias suficientemente puros e funcionais
para uso clínico em terapia regenerativa, existindo o perigo real de formação
de tumores resultantes da diferenciação desorganizada destas células. Além
disso, o uso terapêutico destas células tem gerado embates éticos calorosos,
justamente em função do fato de as células serem obtidas de embriões humanos.
Células-tronco de cordão umbilical
O sangue de cordão umbilical é rico em células-tronco, o que tem permitido a
sua utilização clínica como fonte alternativa à medula óssea em transplante de
medula óssea tanto em crianças quanto em adultos. Estudos recentes têm
demonstrado que estas células possuem também um potencial regenerador de
tecidos lesados, como demonstrado em modelos experimentais de infarto agudo do miocárdio e de acidente vascular cerebral.Embora haja ainda um longo caminho a ser
trilhado em relação à expansão in vitro destas células com o intuito de se
obter um número maior para a sua utilização em transplantes e em terapias
celulares, dados recentes indicam que elas poderão ser cultivadas e modificadas
geneticamente in vitro com este propósito. O fato de serem mais facilmente
obtidas, a partir de um material que é normalmente descartado, torna sua
utilização menos controversa do ponto de vista ético, embora este aspecto ainda
esteja longe de ser um ponto pacífico.
Células-tronco de medula óssea
Estas células são de especial interesse para a medicina regenerativa. Existem
evidências substanciais de que células-tronco da medula óssea circulam para o
sangue periférico e de volta para a medula óssea, em um processo fisiológico
estreitamente regulado por uma complexa interação de citocinas. Observações recentes de quimerismo cardíaco após transplante de medula óssea
podem ser em parte explicadas por este fenômeno fisiológico. Além disso,
evidências indicam que células-tronco, possivelmente originadas da medula
óssea, circulam no sangue periférico e se dirigem para tecidos lesados tanto no
contexto de doenças hematológicas quanto não hematológicas. Além de todos
estes atributos, as células-tronco da medula óssea são obtidas de maneira
relativamente fácil, tornando-as excelentes candidatas na utilização em
terapias regenerativas. Os trabalhos utilizando terapias com células de medula óssea
serão discutidos mais extensamente a seguir.
Terapias com células-tronco de medula óssea
O estudo de terapias com células-tronco no reparo de tecidos ou órgãos lesados
em pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas é bastante recente. A
primeira descoberta da capacidade das células-tronco de medula óssea em se
diferenciarem em células mais especializadas foi reportada em 1998. Em um
modelo experimental de lesão muscular induzida quimicamente em camundongos
scid/bg, Ferrari e colaboradores demonstraram que células-tronco (precursores
miogênicos) da medula óssea de animais adultos podiam migrar para a região
muscular lesada e se diferenciar em músculo esquelético. Desde esta
descoberta, vários outros grupos publicaram evidências de diferenciação de
células-tronco de medula óssea de animais adultos em cardiomiócitos, células
neurais, hepatócitos dentre outras. Estes achados sinalizavam para
uma mudança de paradigma, em que tecidos considerados pós-mitóticos (ou seja,
sem capacidade regenerativa) poderiam ser reparados por células precursoras
provenientes possivelmente da medula óssea. Por não envolver as mesmas questões
filosóficas, éticas e religiosas observadas com a utilização de células-tronco
embrionárias, a utilização de células de medula óssea de indivíduos adultos
abriu um novo horizonte na medicina reparadora, ou regenerativa, onde não há
possibilidade de rejeição imunológica (já que as células são autólogas) nem a
necessidade de estoque de células em bancos de tecidos (já que o estoque
aparentemente é inesgotável). Mais ainda, as evidências preliminares sugerem
que esta nova modalidade terapêutica poderá ser usada em uma vasta gama de
doenças crônico-degenerativas, muitas das quais com opções terapêuticas
limitadas (quando existentes).
Dentre as doenças crônico-degenerativas passíveis de serem tratadas com
células-tronco, as doenças cardiovasculares constituem seguramente as mais
extensivamente estudadas até o presente momento. O número de trabalhos
envolvendo o uso de células-tronco para regenerar miocárdio (e conseqüentemente
melhorar a função cardíaca) em animais de experimentação é considerável. Sumariza os principais estudos de células-tronco em modelos
experimentais de doença cardiovascular isquêmica (modelo mais utilizado),
publicados até o presente momento.
O primeiro estudo experimental sugerindo haver diferenciação de células-tronco
de medula óssea em cardiomiócitos foi reportado por Orlic e colaboradores. Células obtidas de medula óssea de camundongos machos transgênicos para a
proteína fluorescente verde e separadas por métodos imunomagnéticos (Lin-,
c-Kit+) foram injetadas diretamente no miocárdio de camundongos fêmeas C57BL/6,
por via transepicárdica, três a cinco horas após a oclusão da artéria
coronária. Quando comparados com os animais infartados e não tratados com
células-tronco, os dados mostraram melhora significativa nos animais tratados
com relação aos parâmetros de função ventricular analisados, bem como com
relação à espessura da parede ventricular, sugerindo que fibras musculares
teriam sido formadas em função do procedimento. Além disso, a análise da
expressão de alguns marcadores indicaram que as novas células formadas eram
"funcionalmente competentes", incluindo a expressão de conexina ,
uma proteína responsável pela conexão inter-celular e acoplamento elétrico
entre os cardiomiócitos. Depois deste estudo, vários grupos reportaram estudos
animais usando células-tronco em cardiopatia isquêmica, mas os resultados têm
sido controversos com relação à eficácia e à capacidade de diferenciação das
células-tronco em cardiomiócitos.
Lastreados nestes resultados promissores em estudos com animais de
experimentação, vários grupos iniciaram estudos empregando células-tronco em doenças
cardiovasculares em seres humanos. Como pode ser observado, os
trabalhos envolvendo seres humanos publicados até o presente são
consideravelmente mais heterogêneos do ponto de vista metodológico, quando
comparado ao que se observa com os estudos de animais de experimentação. Por
exemplo, as células-tronco nestes estudos têm sido obtidas das fontes mais
variadas, como aspirado de medula óssea, aférese de sangue periférico após
mobilização com fator de crescimento, bem como com o uso isolado de fator de
crescimento. Além disso, os protocolos de separação e manipulação das células
pós-coleta também têm sido bastante variados, dificultando a comparação entre
os diferentes estudos. Os marcadores de superfície utilizados para
caracterização das células que estão sendo infundidas também diferem entre os
estudos, alguns reportando inúmeros marcadores celulares53 e outros reportando
apenas um marcador. De maneira semelhante, os métodos de implantação das
células-tronco no miocárdio têm consistido de injeção intracoronária, injeção
direta miocárdica transepicárdica sob visualização direta durante cirurgia
cardíaca a céu aberto, e injeção miocárdica transendocárdica guiada por
mapeamento eletromecânico do coração. Esta última metodologia foi empregada em
um estudo pioneiro realizado por pesquisadores do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio
de Janeiro, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em colaboração com o
Texas Heart Institute. Neste estudo, as células foram coletadas da medula
óssea de pacientes portadores de doença isquêmica crônica refratária à terapia
clínica otimizada. As zonas de miocárdio hibernante identificadas pelo
mapeamento eletromecânico foram escolhidas para receber ao todo 3 mL de uma
suspensão de células contendo ao todo 2,5 x 107 células.
Outro estudo pioneiro no Brasil na área de cardiologia foi realizado na Bahia,
fruto de uma cooperação entre o Hospital Santa Izabel da Santa Casa de
Misericórdia da Bahia e o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz - Fiocruz/BA.
Utilizando o modelo de cardiopatia chagásica, em que camundongos com doença de
Chagas crônica foram tratados com células mononucleares de medula óssea de
camundongos consangüíneos por via endovenosa, demonstrou-se uma redução
significativa tanto no número de células inflamatórias como no grau de fibrose
no miocárdio nos animais tratados quando comparados aos controles. Estes
dados sugeriam haver um papel para o uso das células-tronco obtidas da medula
óssea no tratamento da doença de Chagas. Baseado nestes dados foi iniciado um
estudo de fase I envolvendo pacientes portadores de ICC decorrente de
miocardiopatia chagásica, em classe funcional III e IV da New York Heart
Association. Estes pacientes recebiam as células-tronco diretamente na
circulação coronária via cateterismo cardíaco, após exclusão de doença arterial
coronariana pela coronariografia. As células mononucleares foram obtidas de
cerca de 50 mL de medula óssea dos próprios pacientes, aspirados em pontos
diferentes de ambas as cristas ilíacas e separadas por gradiente de densidade
com Ficoll. Trinta pacientes já foram submetidos ao procedimento, não tendo
sido observadas até o presente momento complicações relacionadas aos
procedimentos de coleta e cateterismo cardíaco. Os resultados obtidos dos
pacientes tratados e com tempo de seguimento de no mínimo seis meses (N = 10)
indicam uma melhora significativa tanto na função cardíaca quanto na qualidade
de vida.61
Apesar dos resultados até o momento promissores utilizando células de medula
óssea em terapias celulares para cardiopatias, ainda não se sabe quais os tipos
de células que são importantes para o processo de reparo dos tecidos. Da mesma
forma ainda não se sabe como nem quantos fatores solúveis participam do
processo de recrutamento e indução da diferenciação destas células após sua
implantação nos tecidos os quais se deseja reparar. Muito ainda precisa ser
esclarecido também acerca do mecanismo pelo qual as células-tronco regeneram
tecidos lesados. Os dois principais mecanismos reconhecidos até o momento são a
transdiferenciação e a fusão celular.q Embora alguns estudos tenham
mostrado a geração de células diferenciadas a partir de células-tronco de
medula óssea ou de sangue de cordão umbilical, seja por fusão celular ou
transdiferenciação, a regeneração de tecidos lesados pode não depender da
presença destas células no tecido lesado.
Em um estudo recente, Borlogan e colaboradores, trabalhando com modelo
experimental de acidente vascular cerebral em ratos, demonstraram que
células-tronco do cordão umbilical humano causam melhora funcional no déficit
neurológico apesar de não migrarem para o cérebro, possivelmente através da
produção de fatores tróficos neuro-protetores.
Evidências recentes sugerem que também em cardiopatia isquêmica a presença de
células possa não ser necessária para haver a regeneração miocárdica. Gnecchi e
colaboradores reportaram os resultados de um estudo experimental utilizando
sobrenadante de cultura (meio condicionado) de três tipos de células
mesenquimais, todas submetidas a condições de hipóxia: células não manipuladas,
células com expressão do gene da proteína fluorescente verde e células com
superexpressão do gene Akt. Neste modelo de cardiopatia isquêmica aguda em
ratos, o meio condicionado foi injetado na área ao redor do infarto 30 minutos
após a oclusão da artéria coronária. No coração dos animais tratados com meio
condicionado por células mesenquimais superexpressando Akt foi observada uma
redução significativa na área de infarto e no índice apoptótico, quando
comparado com os animais tratados com meio condicionado procedente de culturas
de células não manipuladas e de células com expressão da proteína fluoresecente
verde. Estas evidências mais recentes sugerem que ainda temos um longo
caminho a percorrer até que tenhamos um entendimento satisfatório sobre o
assunto.
Em linha com estes achados mais recentes, uma estratégia que já vem sendo
testada para enriquecer a população celular a ser utilizada na terapia é o
isolamento de células mesenquimais derivadas da medula óssea. Células-tronco
mesenquimais são células clonogênicas não-hematopoiéticas presentes na medula
óssea, capazes de se diferenciar em múltiplos tipos celulares de origem
mesodérmica e não-mesodérmica. Por serem isoladas e cultivadas in vitro de
maneira relativamente fácil e pelo seu potencial de diferenciação, protocolos
clínicos utilizando células mesenquimais da medula óssea para o tratamento de
doenças sistêmicas, implantação no sítio de tecidos lesados e como veículos
para genes em terapias gênicas já estão sendo testados.
Considerações finais
A área de doenças cardiovasculares é hoje a mais estudada quanto ao potencial
terapêutico das células-tronco de medula óssea, ainda havendo muito a ser
elucidado com relação a qual seja a melhor célula, a melhor fonte, a melhor
forma de implantação no miocárdio e o melhor momento na evolução de cada doença
em particular. No entanto, outras áreas já estão também sendo alvo de estudos
com esta fonte de células, como doenças neurodegenerativas, auto-imunes,
hepatopatias e retinopatias.
Embora os resultados alcançados em várias áreas sejam animadores, pouco se sabe
sobre os mecanismos de atuação destas células, quais populações celulares são
importantes e quais os fatores necessários para o recrutamento e função destas
células. A melhor compreensão destes fenômenos deverá contribuir para o
desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes e menos invasivas
para doenças crônico-degenerativas.
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